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Marco Moura, sua missão era servir ao próximo

Um só motivo poderia parar o Marquinhos em sua vida atribulada como membro de vários Conselhos e Associações de Bairros: uma pequena trombose que resultou em uma hemorragia que lhe ceifou a vida prematuramente. Servir ao povo, aos desvalidos, aos marginalizados pela vida; sua missão era essa, servir ao próximo. Foi o que dedicou sua vida a fazer; seja no Conselho de Idosos, na Associação de Bairros, na Saúde, no Meio Ambiente; lá estava ele, postulando em favor de outrem. Dali saía com Harley Oliveira na garupa de sua moto para percorrer as secretarias e tomar providências.

Foi presidente da A.A. Miracema e membro do Conselho Deliberativo, sempre discursando, reclamando da letargia que dominou o Clube por várias décadas. A sua última intervenção foi incisiva: -Temos que reativar o Clube! Almoçava e saia em um giro pelas Secretarias, ora pedindo um andador, ora pedindo cadeira de rodas, encaminhando um doente; esta era sua atividade permanente: fazer o bem sem olhar a quem.

À noite, por sua vez, lá estava Marco Moura na Câmara Municipal, com seu indefectível boné, ouvindo um texto bíblico e depois atento nas leituras dos projetos encaminhados pelos vereadores. Às vezes, ele usava a Tribuna Livre, para reivindicar alguma benfeitoria que fosse para ajudar a comunidade miracemense.

Tania Picanço, sua amiga e membro de uma Comissão de Ambiente, lembrou-me de seu último discurso exaltado, sobre o aterro sanitário. Apesar de sua permanente ajuda aos necessitados, o povo não lhe recomendou à Câmara Municipal, ora, uma ingratidão a um servidor público que lutou pelo nosso progresso.

O Ministro Afonso Arinos de Mello Franco dizia que a política é uma das mais altas atividades humanas, pois ela visa o bem coletivo. Marquinhos foi um homem público que não exerceu um mandato popular, apesar de seus enormes serviços prestados às classes menos favorecidas. Ele foi um legítimo representante de sua terra, dotado de espírito público, fé, e amor ao próximo, um sentimento que cada vez se torna mais raro em nossos representantes populares. Marco Aurélio Moura faleceu no dia 14 de janeiro, aos 59 anos.

Saudoso Marco Moura, você sempre estará vivo nas memórias da luta pelo povo e dentro de nossos corações.

 

Por Maurício Duarte Monteiro, advogado e historiador.